Morte! Não tenho medo da morte, da efemeridade da vida, do corpo, de tudo o que é papável e se avista! Não é disso que tenho medo! Costumava ter medo, antes, da dor, da dor do corpo ao acabar, ou antes disso, antes de começar! Já não é dor que me incomoda, que me faz sentir peso ao andar, é a vida que me incomoda, a vida que deixo para os outros. É morrer antes de minha mãe e ver espelhado no rosto a dor que lhe causei com a minha morte!...E como posso eu fazer para não morrer, se nada a isso me posso valer de escolher! Como posso fazer para que não me tenha mais como pessoa amada, de quem nasci e me fez criação e me agarra até hoje. Faço com que me odeie, com que não me queira mais de ser. Não posso, isso seria outra morte maior do que a minha! Como posso eu fazer então, para que deixe de não morrer! Como posso eu fazer para que viva como antes, com a carne igual, tudo igual e viver eternamente aos olhos de uma mãe! Não sei!...
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