Espreita pelas grades da tua casa o que vai do outro lado da cerca. Há erva verde que cresce sem que se dê conta, porque a gente não quer saber. Estamos deitados nela e o que importa é a fundura de terra que fazemos ao deitar nela. É uma cama quente esta, está quente na rua, muito mais do aqui dentro. Lá fora o sol descansa nas peles desnudas e o vento arrasta os cheiros dos fogões a lenha. Assim sobre a erva o sol me aquece e me esqueço do que estou aqui a fazer, já não é tempo nem hora, nem passado nem futuro, é-se o que se sente na pele, naquele momento, que se sente que se pertence a tudo, e tudo nos é querido, é-se feliz naquele momento.
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