(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

E se te dissesse que sempre soube o que era e que sabia o que era e mesmo assim disse que não ao que queria, ao que cá de dentro falava e ouvia o que dizia mas que não queria? E se te dissesse que escolhi não ouvir o que dizia essa voz, que me queria só no que era e ainda assim dizendo que não, fiquei só? E se te dissesse que mesmo dizendo o que digo não te estou a dizer nada? Porque ouves e calas e não me entendes! 

3 comentários:

  1. Se me tivesses dito que sempre sabias o que eras
    que te poderia trazer de novidade
    pois tu eras o que sabias ser e de veras
    nada mais depois poderia acontecer em verdade

    Se disseses que não ao que querias
    onde e em quê poderia eu interferir
    terias feito o que desejarias
    e nunca irias sequer me ouvir

    Pois o que lá de dentro de ti falava
    o que lá de dentro de ti ouvias
    talvez fosse o que ninguém desejava
    nem o que de dentro das tuas vozes querias

    Se optaste por dizendo não dizer
    o quanto essas vozes te enlouqueciam
    de tanto gralhar, de tanto enrouquecer
    talvez te quisesses no que não desejariam

    Que afinal era seres e estares só
    naquilo que sempre foste e me anunciaste
    contudo desejando que ninguém tivesse dó
    e sozinha pairando no lugar assim ficaste

    E dizendo o que escreves e pensas agora
    nada dizes desculpa mas não acredito
    pode-se dizer tanto pela vida fora
    tudo o que sentimos a vida num mito

    E como sabes que oiço, sem ouvir
    ah como pretendes adivinhar que não entendo
    Como sugeres que calo ouvindo a sorrir
    se pelo contrário te percebo e te vejo vendo.





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    Respostas
    1. Contarei então a estória infinita a partir de um grão de areia!

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    2. Foi uma brincadeira, que tu tomaste a sério...
      Não te amofines!...
      Lembrei-me de pegar nas tuas poucas palavras, e com elas, ao redor delas, e nelas me incluindo, construir nessa base umas quantas quadras ("de pé quebrado", eu sei!...), mas que se me "soltaram" de improviso...
      Não se pode levar em profundo, mas em sentido literal e com humor, muito humor, o que aí deixei!...
      Em festas populares, em tempos idos, cheguei a "cantar" à desgarrada com os mais velhos, e à desgarrada, tu sabes que temos de improvisar e de repelão, sem perder o sentido do tema da própria desgarrada.
      Um exercício léxico, apenas.
      Mal, nenhum...
      Toda a minha admiração literária por ti.

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