E se te dissesse que sempre soube o que era e que sabia o que era e mesmo assim disse que não ao que queria, ao que cá de dentro falava e ouvia o que dizia mas que não queria? E se te dissesse que escolhi não ouvir o que dizia essa voz, que me queria só no que era e ainda assim dizendo que não, fiquei só? E se te dissesse que mesmo dizendo o que digo não te estou a dizer nada? Porque ouves e calas e não me entendes!
Se me tivesses dito que sempre sabias o que eras
ResponderEliminarque te poderia trazer de novidade
pois tu eras o que sabias ser e de veras
nada mais depois poderia acontecer em verdade
Se disseses que não ao que querias
onde e em quê poderia eu interferir
terias feito o que desejarias
e nunca irias sequer me ouvir
Pois o que lá de dentro de ti falava
o que lá de dentro de ti ouvias
talvez fosse o que ninguém desejava
nem o que de dentro das tuas vozes querias
Se optaste por dizendo não dizer
o quanto essas vozes te enlouqueciam
de tanto gralhar, de tanto enrouquecer
talvez te quisesses no que não desejariam
Que afinal era seres e estares só
naquilo que sempre foste e me anunciaste
contudo desejando que ninguém tivesse dó
e sozinha pairando no lugar assim ficaste
E dizendo o que escreves e pensas agora
nada dizes desculpa mas não acredito
pode-se dizer tanto pela vida fora
tudo o que sentimos a vida num mito
E como sabes que oiço, sem ouvir
ah como pretendes adivinhar que não entendo
Como sugeres que calo ouvindo a sorrir
se pelo contrário te percebo e te vejo vendo.
Contarei então a estória infinita a partir de um grão de areia!
EliminarFoi uma brincadeira, que tu tomaste a sério...
EliminarNão te amofines!...
Lembrei-me de pegar nas tuas poucas palavras, e com elas, ao redor delas, e nelas me incluindo, construir nessa base umas quantas quadras ("de pé quebrado", eu sei!...), mas que se me "soltaram" de improviso...
Não se pode levar em profundo, mas em sentido literal e com humor, muito humor, o que aí deixei!...
Em festas populares, em tempos idos, cheguei a "cantar" à desgarrada com os mais velhos, e à desgarrada, tu sabes que temos de improvisar e de repelão, sem perder o sentido do tema da própria desgarrada.
Um exercício léxico, apenas.
Mal, nenhum...
Toda a minha admiração literária por ti.