(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

"Doce morfina"

Doce morfina não me abandonou, 
continua existente, dormente, persistente. 
Bem-vinda ao meu mundo, ao meu lado mais profundo. 
Ombros encolhidos, olhos ao alto, boca fechada.
Pedaços se escolhem e recolhem em corridas de idas e voltas,
sem metas, limites ou barreiras. 
Doce morfina, doce retina, ampliada, dilatada, amplificada, 
retendo a luz que atravessa o beco de paredes altas esticando-se ao céu azul. 
Doce morfina não me abandonou.  
Bem-vinda ao meu mundo, ao meu lado mais profundo. 
Bem-vinda ao meu quadro pintado a traços largos, 
do qual se conta uma história sempre igual.
A morfina que revela sem pudor ou dor
mas que fala de si para si como se o não fosse. 

1 comentário:

  1. Ao jeito de poema, esculpido com alguma ironia, todavia cheio de talento, este seu declinar do que sente e comunica! Gostei, deveras, Emília!... A própria revelação do que escreveu é, em si, o melhor comentário que alguém pudesse fazer à sua "Doce Morfina"... "Tout court".

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