Um dia no céu no outro na terra, um dia o sapato o outro o pincel. Dias vão e vêm em montanhas e vales de sol estendido e de lua ao alto. Nada se repete por igual nem o amor nem a dor. Voo de Ícaro em esplendor maior que cai na realidade em rigor da gravidade. Perdidos guias ganhamos vias para uma nova ascensão, para um novo dia, um amanhã que aguarda em seu destino o já de si guardado.
"Nada se repete por igual"... Por isso mesmo a Emília nunca gosta de dizer "adeus"!... Porém, para ganhar novos conhecimentos, palavras, dias de arte criativa, diferente pensar, outras iniciativas, outros caminhos, teve de certeza de "dizer adeus" a muito mais do que pensa, provavelmente... "Dizer adeus" a alguns momentos é o que faz todos os dias..., sem sequer dar por isso. Uns dias no céu, outros na terra... O destino não guarda absolutamente nada! Porque não existe destino. Como guardar o amanhã?!... O passado esvaiu-se! O amanhã!... Tudo é fruto do acaso.
ResponderEliminarNão acredito no acaso. Chamamos acaso a algo que não sabemos explicar mas aconteceu porque algo antecedeu o seu acontecimento.
ResponderEliminarExacto! O Acaso é por natureza, por formação, por acontecimento, não comandável!... Não o sabemos explicar, (e é isso, Emília!...), "aconteceu porque algo antecedeu o seu acontecimento", num desencadear de factos, em procura de um conhecimento. Não vou encetar uma "discussão" inútil sobre o Acaso em termos filosóficos, falarmos sobre um tema em que não chegaríamos a lado nennhum e só nos faria perder tempo!.... Contudo, - não posso deixar de lhe dizer... - que para mim, como eterno "estudante" de Filosofia, o Acaso existe e mesmo inexplicável e com toda a enigmaticidade que arrasta consigo, é o provocador, o determinande de tudo nas nossas vidas. Emília!... Uma opinião, apenas. A minha!... Vale o que vale, e não pretende contraditá-la, aborrecê-la, ou ser impertinente... Se não acreditássemos no Acaso, teríamos então que acreditar nos deuses, nos profetas das muitas religiões que existem por este planeta fora, na bruxaria, nos videntes, nas "pessoas de virtude" advinhadeira, nos segredos traçados nas palmas das mãos, etc...... Não?!...
ResponderEliminarUm apontamento para que me compreenda: Também, não sou professor, e muito menos de Filosofia... Nem "sacerdote" de religião alguma, respeitando todas, como é meu dever! Para estes comentários, a profissão não interessa... Penso eu.
ResponderEliminarNão a profissão não interessa, aliás não é a profissão de alguém que define seja quem for.
ResponderEliminarPenso também que mesmo que não acredite no acaso que tenha de atribuir aos factos da vida a existência de deuses, videntes, etc. Tomo decisões baseadas em toda a minha história e aprendizagem feita por mim e ensinada por tudo o que me rodeia. O meu Eu existe em primeira instância mas o outro Eu analisa e escolhe o que melhor se adequa à situação quer seja em beneficio próprio ou de grupo, quer me dê satisfação ou desconforto. A decisão que tomar agora influenciará a seguinte num conjunto se formulas aleatórias mas perfeitamente definidas se as analisarmos ao pormenor. Por outro lado acredito no livre arbítreo em que somos nós que fazemos a nossa própria história mesmo que não o saibamos, porque uma dada situação quando surge na nossa frente somos nós que escolhemos que escolha fazer, condicionados por tudo o que somos mas mesmo assim somos nós que escolhemos. Claro que não tenho controlo algum sobre tudo porque não existo só numa ilha, as decisões que os outros tomam também "afectam" a minha história tal como o contrário também assim acontecerá.
Um ponto importante; não quero e não espero que concorde com tudo o que digo. Quando as pessoas o fazem acho sempre que estou errada.
Não acredito no destino premeditado mas no livre arbítreo e na complexa simplicidade da vida. Seja o que for que aconteça amanhã eu estarei lá e farei a escolha que guardo dentro de mim.
ResponderEliminarO Presente é o que passou. O Futuro, o "day after" é o nosso estar. Que é o livre arbítrio, senão a nossa própria resolução, o nosso decidir dependente da vontade?!... A nossa escolha poderá ser o reflexo do que desejamos, do nosso querer, da vontade. Assim, como para a decisão. Decidir é já ter experienciado, ou ter vivenciado mentalmente a experiência, de qualquer das formas possíveis e imagináveis. A vida em si é complexa, estou de acordo. Como poderia deixar de estar?!...Só se poderá chamar "simplicidade" ao mais profundo ou menor grau com que olhamos os diferentes ângulos e achados que a vida nos proporciona. A nossa memória autobiográfica guia-nos mesmo quando não tomamos consciência do facto em si, qual ele seja. Emília!... Esperando a sua tolerância, continuo na minha teima... O acaso está por detrás de qualquer pensamento, de qualquer escolha, de qualquer decisão arbitral que tomemos. São entidades separadas, autónomas, quanto a mim. À laia de exemplo, não decidi encontrá-la, procurar conhecer tudo quanto escreve... O acaso na sua expressão mais simples deambulatoriamente trouxe-a até mim, como me coduziu até si. Ao acaso... A leitura do que escreveu é que me levou à decisão (sublinhado) de lhe responder, em absoluto arbítreo. Enquanto pensamos que estamos a escolher, já fomos escolhidos... Já pensou alguma vez?!... Estamos a escolher sempre condicionados, mesmo quando nos pensamos livres para escolher, para tomar uma resolução!... Até quando usamos formas aleatórias, é o puro "Acaso" que está presente, porque nada mais aleatório que o acaso, nada mais acaso (leia-se: casual) que o aleatório!... Emília! Gostei mais dos conteúdos expressos no último texto, do que daquele raciocínio dedutivo exposto no texto que o antecedeu, pela síntese fantástica que emana do último, que representa em relação ao anterior. Se reparar usamos de uma argumentação muito arguta e inteligente nestes pequenos textos, o que só eleva e releva o diálogo. Admiro a forma como expressa as suas ideias. E expressando-as... Estamos em pleno domínio filosófico, livre , aleatório, quer se aceite, quer se discorde... E isso é bom, saudável, interessante, bonito, sensível, atractivo! Grato pela sua expontaneidade. Até breve.
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