Adormeço no mesmo lado, acordo no mesmo lado e ainda que diga que não o faço, porque fazer seria assentir numa verdade que ainda não foi julgada, ainda assim o faço. Caminho pela estrada paralela os mesmos passos como se por ser ao lado não fosse o mesmo. Quão louco é o que se nega por não saber a verdade, vive o passado como se do futuro se tratasse e esquece o presente por ser tão diferente. Alguém chama e a realidade clama, um sorriso se mostra, uma folha caí para logo o vento a levantar e levar a cortar a luz do sol que se mostra no leito do rio com cores quentes amaciando o tempo das andorinhas, respiro fundo o ar frio que limpa e clarifica, voam os meus passos e adormeço e acordo no mesmo lado.
Oh!... Que saudades as suas palavras me provocaram!...Já não adormeço do mesmo lado e acordo do mesmo lado, não sei já quando!... Isso foi há muitos anos, era um míúdo de 6 aos 8 anos... Depois, tudo foi mudando. As noites de serviço estragaram-me os sonos. Anos e anos de trabalho diurno e nocturno... Com vidas nas mãos, com pessoas, a vê-las nascer (momentos muito belos na vida...), mas também a vê-las extinguirem-se, acabarem a sua existência. Enfim!... Emília!... Apreciei o que escreveu de um modo muito singular. Aqui, hoje, senti emoção, vida, a natureza a sorrir, quando a lia. Obrigado pelo momento que me proporcionou.
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