A palavra é um vomitar do que se tenta explicar. Significa nada, está só, isolada, perdida se a ela não se associar o corpo, o tacto e a voz. Conto as palavras de uma árvore na esperança que ela se revele mas poderia viver uma vida inteira sentada na sua frente sem as conseguir conhecer a todas. Um todo não é a palavra que o sol trás e o vento leva, a palavra é a profundidade do olhar de um cego, a coceira da perna amputada, a sinfonia de um surdo, o recital de um mudo, o cheiro sentido numa mãe de um filho perdido.
A poesia, como interpretação do "real", atravessa todo este seu texto de uma forma muito bem equilibrada, suspendendo-nos numa agradável leitura. Pena, ser tão pouco e terminar rápido!... Gostei. Muito!
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