Olho para trás no pressentimento de ter deixado algo esquecido mas nada resta, tudo parte. O que é que ainda não encontrei se continuo com o mesmo vazio que não foi ocupado. Se não esqueci então perdi, se não está atrás estará adiante e talvez assim o meu olhar alcance o que for que se esconde. Estico os braços, forço, para fora, mais fora, os ossos estalam, esticam um pouco mais e encolhem, recolhem e aquecem. É este o tempo.
É este o tempo do esquecimento, do amor embora, doamor fugidio e esquivo, do que foi e do que resta, de algo que existiu em nós e nos precisa ser lembrado, algo que foi vazio, foi mágoa, foi soluço, foi espaço nunca ocupado, mas lembramo-lo a cada suspiro, a cada afago, a cada impertinência, quando vozes do Além possam fazer-se ouvir, num mascar dolente e rezado. Este é o tempo do... Gesticular, estender, jogarmos todos os braços na fundura do corpo, no abismo da procura, no entendimento do que nos trouxe o recordar. Que indagamos, pois?!... A memória do nada. E para que nos serve?!... Se o que nos falta, sempre o tivemos connosco, em nós. No sempre.
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