Fio de cordel que me cruzas os dias, o temor, a perdição, a luz de dia e noite, a esperança e a ternura num laço cego. O passado está presente naquela janela aberta que deixei depois da porta fechar. O meu mundo, o nosso mundo é o mesmo, sempre o foi e sempre será. Não vêem os meus olhos mas toco e beijo nas lágrimas quentes que me fazem lembrar e não esquecer. O vazio está cheio porque estamos lá nesse lugar inventado e presente de chuvas nossas. Beijos me escorrem na cara vindos dos céus, expansões onde nascem as estrelas. Um momento, uma promessa não cumprida não pedida mas desejada que partiu e não fiquei mas fui. Fui e não mais voltei porque se voltar aquele diamante reluzente desaparece de mim. O meu precioso o meu mais bem amado doce o meu pedaço de vida em abundância. Não, não peço perdão, sem arrependimentos vemos-nos ainda uma vez mais.
Reflexo de momentos íntimos, vivenciados ou não, contudo um belo discorrer poético, cheio de convição, de ternura, de lágrimas, de beijos, de aparente (?) vida em abundância... Que abundância?!... De vida amada?... A tarde esvai-se por entre harmonias e uma réstea de sol, esquiva, quase filiforme, a soletrar desaconchegos, esgueira-se pela janela do meu quarto e vem despenhar-se no chão, junto das pernas da mesa em que escrevo. Inventei este lugar para pensar, criar, esculpir parte da minha vida... Revolvendo o passado, lavrando o presente, serei mais feliz assim?
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