(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

"Preto e branco"

Página em branco, sendo que o branco não existe, assim como o negro, o preto, o negrume a que não escapa nada e a tudo reduz a cor da noite escura. Branco é tingido de amarelo e cinza, se o vento se levanta e com ele lhes trazem as poeiras do caminho, pisado por todos nós. Não existe preto e branco, a vida é uma imensidão de cinzentos a que se lhes cola a matização de todas as cores, que nos encarregamos de trazer em nós, no nosso ser. Não existe lado de cá e lá, lado certo ou errado na inabalável imagem a que nos propomos sentir que seja, como queremos ver nos códigos, nas regras que escrevemos para nós, para nos manter dentro de uma página. Uma página que queremos branca, a começar agora neste momento, mas mais daqui a um pouco, quando os ponteiros ficarem direitos, ou separados em extremos opostos. A página nunca é branca porque nunca o foi, e se não o foi, nunca o poderá ser, mas assim a queremos. Se ela for branca, talvez tenhamos ponto de começo, e possamos deixar para trás o que queríamos que não tivesse acontecido, ou que não tenha sequer existido. Mas como eu disso o branco não existe, assim como o branco não. O que existe é cor, tingida pela luz do sol à qual chamamos paisagem do dia, interrogativas e questões de toda uma hora que se sente estar a ser escrita por mãos e tintas invisíveis! 

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