(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

domingo, 22 de dezembro de 2013

A morte teve de vir para que pudesses nascer, para tu vingares, para tu cresceres. Era bonito, perfeito, como o orvalho da manhã baptizado pelos primeiros raios de sol. Mas nada disso à terra chegou, que reclamou ao que ao mundo nos deu. Deu sem ser nosso, deu de empréstimo sem assim dizer. E agora que vieste e és lindo, que nasceste e aqui ficaste, mais que a carne, mais que o ser, se é. Agora, se tivesse, ou me fosse permitida a infeliz escolha do antes e o depois, preferia antes a minha própria morte a ter de decidir entre qual da vossa sorte perecer! Triste infortúnio este, que à vida nos traz a alegria do principio e fim, para tudo e o mais levar e voltar a nascer, fazendo a nós chorar pelo antes e desejar que o presente não se vá!... Porque agora, que te olhei nos olhos, nesses teus olhos cegos com que me olhavas e me procuravas no som da imagem formada. Sem que me visses, me apaixonei por ti, tu que não sabes quem eu sou, mas que me olhas como se visses, tu que me esperas e confias em mim, como se não existisse nada antes de ti. 

1 comentário:

  1. Nunca um texto esteve tão perto de Laura e Lara!... Nunca vos disse adeus.

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