(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

"Minha irmã"

Vejo-te nos teus olhos tristes, no teu olhar perdido no chão mas tão longe disso. Queria-te agarrar mas apenas consigo que não me fujas. Estás no passado presente, no que seria o agora se não fosse o que foi, se não existisse o que ainda existe. Deixas-te perder nos ses e isso não te traz alegrias apenas interrogações, no talvez se fosse diferente agora que sabes o que foi, agora que viste o que poderias salvar. 
Continuas com o olhar no chão quando à tua volta a vida corre, sem te ter reparado, ninguém vê o que eu vejo, eles não sabem o que eu sei. Alguma coisa te acorda e voltas de novo sem ainda teres voltado, a vida te chama, te reclama para junto dela e é ela que te salva, é ela que não te deixa afundar nessa culpabilidade imprópria da nossa consciência. Sem ela ter-te ia perdido eu sei, e ainda que ela te roube um pouco de mim, em tantos instantes, em tantos momentos, ainda somos só nós no nosso olhar, nos silêncios, no que sempre fomos e não podemos deixar de ser. 

1 comentário:

  1. Carta para uma irmã muito querida, nos silêncios da sua presença, na distância do perto que as une, na maturidade conseguida que nunca se perderá.
    Extrospeção, e pura indagação, mas um momento muito belo... Gostei. Tanto como se estivesse aí...

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