(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

"Sonho"

Quero dormir, vou dormir, não consigo dormir, preciso dormir, quando dormir, se conseguir dormir, estarei a dormir, no dormir, vou dormir, porque quero dormir. E no dormir? O que farei no dormir? Não sei porque estarei a dormir e a dormir não me lembro quando acordar ou talvez me lembre mas não queira contar. Serão coisas loucas, doidas de certeza do dormir, quando se dorme, normalmente assim são quando se dorme mas como não estou a dormir não sei como são, terei de dormir para saber como são e depois contar se depois do dormir me lembrar. Dormir, dormir, dormir, passas a vida a querer dormir de olhos fechados quando sempre sonhas com eles abertos e esses sonhos não te deixam dormir, porque não queres dormir e mentes a ti mesma que o queres. Não podes dormir se sonhas, a dormir não sonhas, não podes dormir. 

1 comentário:

  1. Parafraseando as palavras do poeta Ruy Belo que dizia: - "Quando morrer, quero morrer muito!"..., digo que quando for dormir, quero dormir muito, muito!... E nesse sono profundo e velado, desejo viver a vida que gostaria de ter vivido, a vida previsível, lida ou inventada, sejaa que for, a vida que - porventura - outros viveram, e eu desejava ter tido.
    Se entretanto algum sonho, feito de palavras, de uma última palavra, aquela que se perdeu e converteu no desequilíbrio da penúltima, não se transformar num magma de sons em perdição, então quererei sonhá-lo outra vez e outra e outra ainda.
    Quero que o meu sono, consequência biológica do meu ser, viaje nas telas de biombos pintados mascarados de penumbras, e através de espelhos, em cavalgadas intermináveis, e ainda através de sombras, por entre espaços erráticos e linhas torcidas, e que se possa mimetizar a cada hora. Só o que se pode perder nos perturba a existência, e nos faz criar o que não existe!...

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