(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

"Pequenos fetos, muitos afectos."

Era uma vez...
Uma menina pequenina, que não cresceu e se ficou assim pequenina, sempre quieta, em silêncio, num silêncio ensurdecedor, de vozes de ventos que cortam, ventos que apenas sopram, sol que queima e sol que deita, águas que afogam mas também onde nelas se deita e se deixa abraçar e levar pela corrente, essas correntes mansas onde só vemos o azul do céu e não a fundura dos abismos escondidas nas águas. Essa menina pequenina viu tantas coisas por onde passou, por tudo aquilo com que se cruzou e imaginou. Tantas coisas que contadas não valeriam de nada porque são seriam nem metade do que deveras é. Momentos e vidas que com ela cruzaram e a feriram não de morte mas de marca própria, como tatuagem que se gosta, escondida num sitio qualquer ou à vista para toda a gente ver. Pequenos fetos, muitos afectos e é nisso que se fica quando não se cresce. Nos afectos. 

1 comentário:

  1. Uma história sobre uma "menina pequenina", um pequeno "feto", à descoberta do mundo, fustigada pela natureza, sobretudo pelas condições climáticas do meio onde se projecta para a vida.
    A sua aprendizagem, o seu encontro com outros seres, para além do encontro com a natureza, e tudo o que a memória guardou e vai continuar guardando. Que sería dela, da menina pequenina, sem a memória, a imediata, e a longa, que aconteceria?!...
    Graças à faculdade da memória é que ela nos pode contar tudo isto que conta.
    E em tudo o que conta, os afectos é que a conseguem aguentar e tornar-se forte, pronta para novas descobertas sobre a vida. Porque é só o começo. E no começo permanecemos...
    Sem conseguir atingir o fim.
    O fim não existe, porque quando julgamos ter atingido o fim, verificamos que ainda estamos no início. Sem dizer adeus!... Sem dizer adeus, portanto!

    ResponderEliminar