(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A todos os amigos. 
Aos amigos que são,  
Aos amigos que acham que não são, 
Aos amigos que vieram desde cedo, 
Aos amigos que ainda agora chegaram, 
Aos amigos que fiz irmãos, 
Aos irmãos que fiz amigos, 
Aos amigos companheiros, 
Aos amigos que não me deixaram desistir e que de mim não desistiram, 
Aos amigos que conhecemos, 
Aos amigos que nunca vimos, ouvimos a voz, tocamos a carne e sempre aí estiveram, 
desde sempre, para todo o sempre.
Aos amigos a que vimos a sua luz, 
Aos amigos de todas as idades, em  que todas somos uma só,
Aos amigos perdidos, 
Aos amigos encontrados,
Aos amigos não digo adeus,
A todos os amigos um pedaço de mar.
O meu pedaço de mar, 
Azul, vermelho e dourado,
No constante contraste de mim. 

9 comentários:

  1. Muito bem concebido! Um Manifesto aos amigos, no geral, à Amizade, aos diferentes tempos em que ela se gera, aos diferenets planos em que se revela! Aos amigos, a amizade, "o meu pedaço de mar"... Muito belo!... E porque a Amizade se constrói essencialmente no contraste, na especificidade, de nós mesmos e dos outros.

    ResponderEliminar
  2. ..."Aos amigos que não me deixaram desistir e de mim não desistiram...", sobretudo a estes!... Aos que diariamnte continuam a insistir para que eu viva, que me deliciam com as suas iniciativas, que têm para comigo aquela paciência que me desvanece, que não se sintam molestados quando não tenham gostado dalguma palavra que eu tenha criado, aos que continuam a gostar de mim e se sentem orgulhosos por por isso e eu não os tenha recompensado por tal, aos que retemperam as suas energias nos sons do trompete que inundam a noite solitária com uma felicidade quimérica, aos que ao meu lado se sintam sobretudo Eternos, aos amigos que perdem o mundo onde outros amigos vivem ainda... Porque só os que se deixam prender para sempre na Amizade, têm vida no meu coração!

    ResponderEliminar
  3. Sim, especialmente a eles.

    ResponderEliminar
  4. Em qualquer altura do caminho, uma amizade é sempre bem acolhida, se vem por bem. E se não vier por bem, é porque a confundimos com qualquer crepúsculo, e não é Amizade. É nela, no maravilhoso da sua cristalização que iremos construir mais um espaço, um novo olhar sobre a nossa existência. O espaço que nos levará à renúncia de muito de nós, à angústia e ao medo de a perder, à melancolia incofundível que já vinha do infinitamente solitário... Um amigo/a!... Flutuação, rosto querido, irradiação, espanto, átomo que nasce e nos ilumina e nos estremece, e que ao tocar noutro átomo se pode transfiguar. Um verdadeiro amigo/a é um universo completo.

    ResponderEliminar
  5. Sim, os verdadeiros são assim.

    Existe uma certa ambiguidade em mim em relação aos amigos que já foram ou que talvez nunca tenham sido mas que para mim ainda são. Amigos que agora nos tratam de forma cordial e cívica mas que no fundo sabemos que não gostam de nós. Amigos que aceitei de volta mesmo sabendo que talvez um dia me voltassem a magoar, e que assim fizeram. Porque é que o fiz? Talvez porque no fundo ainda espero que voltemos a ser amigos, ao que eu acho que já fomos. Porque se eu desistir, sou eu que vou estar a soltar a corda.
    Enfim, por vezes não sou muito lógica nem muito racional.

    ResponderEliminar
  6. ... Em matéria de amigos/as, quando gostamos deles ou delas, esperamos sempre que voltem de onde nunca estiveram, que sejam para nós aquilo que verdadeiramente nunca foram, que reparem em nós quando não sabem sequer que existimos, que sejam "nossos" quando nunca souberam o que isso é, que párem - por fim - de nos magoar, de nos agredir. Constatamos tardiamente que não somos absolutamente nada nas suas vidas!...
    ... Porém, o que está em causa, o que provoca em nós esta reacção, aparentemente tão ilógica e irracional, é que em determinada altura pertenceram às nossas vidas, ao mundo que vivíamos, e é esse mundo que ainda nos prende, é esse mundo tão nosso que desejamos reviver com os personagens e figurantes dessa época do nosso passado.
    ... Através desses "nossos" amigos/as, ambíguos no afecto que julgámos que nos dedicavam, vamos em procura - isso, sim!... - de nós mesmos e não de mais ninguém!

    ResponderEliminar
  7. Uma amiga, uma "velha" amiga.

    ResponderEliminar
  8. Não quero voltar a ser quem era. Sou mais feliz agora!

    ResponderEliminar
  9. Desejo que te sintas feliz!...É que cada época na nossa vida impõe-se por si. Lembrar sempre os momentos "mortos" da nossa vida vivida, ou aqueles momentos em que não fomos amados por quem nos merecesse, não é salutar.
    E pode fazer-nos ficar com uma sensação de culpa, ou de perca, ou ainda de algo que não conseguimos obter quando era pressuposto que o conseguíssemos, sensação que nos conduza à anulação do q.b. (quanto baste) em narcisismo, aquele narcisismo que nos é indispensável à nossa autoestima, ao nosso prazer, à plena satisfação. A nossa vida é continuamente feita de roturas, lógico que nem sempre com pessoas, mas igualmente com hábitos, percepções, modos de vida, interesses, gostos, perspectivas...

    ResponderEliminar