Não tenho medo da morte, que ninguém mais me conheça e me esqueça, que o corpo se transforme em pó, em cinza, nada. Não tenho medo da morte, é-me familiar, posso toma-la quando quiser sem qualquer pudor ou pejo de o dizer. A morte física não é mais do que isso, carne, sangue, ossos, uma estrutura efémera que se degrada a cada passo na sua inevitabilidade final da simples destruição. Não tenho medo dessa morte, antes tenho da morte pessoal, interior e presente do que sou, porque o que sou é maior que um corpo, um braço, uma perna ou um olhar, mais que a inteligência, beleza ou certeza. O que sou existe antes de o ter sido, antes de nascer já o era e depois de morrer ainda o serei, sou a continuidade dos astros, de toda a morte que se regenera em vida sempre e sempre, como Fénix pela eternidade dos tempos.
Convivemos com ela, aceitando-a, já que não a pudemos vencer! A morte é o corolário da vida.
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