(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

sexta-feira, 20 de abril de 2012

"Futuro"

Acreditas no futuro? Nesse estado em que te projectas no momento seguinte, de forma audaz, gloriosa, apetecível, conquistada e certa, certa de uma certeza inabalável que te cerca de floreados e sorrisos, que te faz voar de ti para um eu maior ou menor na rendição ao que se mostra e gosta da imaginação fértil e fiel ao que desejas. Eu não. Mas viajo e acredito no universo futurista que me consome nesse instante em que me transformo na imagem ou imagens de um todo belo, saudável, energético e perfeito. Um deserto profundo de emoções em turbilhão, imensas, sós, imaginárias, sentidas, vivas de vidas e não só mas também dos fantasmas que me assolam e consolam num mar de prazer e paz. Cenas inventadas num teatro só meu em que pó, cortinas, teias, sedas emaranhadas e perdidas se mostram cheias de cor, fantasia e sonhos.  Só um sonho, um deserto que nada é mas que me estranha, me esmaga, absorve nas suas entranhas e me prolonga no passo, no caminho que me delineia. Depois parte, como chegou, essa forma de estar que nunca esteve mas que se sente. As sombras renascem e escurecem a luz que tinha rompido o horizonte não para vencerem mas para tornarem esse futuro meu em estrelas de luz e vida própria. Acreditas no futuro? Eu não, mas ele é real. 

6 comentários:

  1. O futuro?... O futuro é sempre o que aconteceu ontem, a nós e aos outros. Revisionar o passado é descortinar o futuro. Aplica-se aos povos, aos países, às pessoas, a qualquer um de nós!

    ResponderEliminar
  2. O passado,o passado,o passado...há coisas no passado que não quero trazer para o futuro, não existe nada para aprender ou melhorar, nada a reconstruir, nada a assimilar, nada, nada, nada, só escuridão e desprezo mais nada. Recuso-me a ser essa pessoa...mas sei que esses fantasmas jamais me abandonarão, o meu corpo assim o diz antes mesmos que a mente, com uma cicatriz mal cozida. Não consigo mudar o que sou, tentei tantas vezes...Fico com o que me fez bem, me fez sentir mesmo que tenha perdido. Sou feliz nos lugares que invento para mim, nos momentos breves que me empurram para a frente, que me dizem que sou uma sobrevivente, que vou vencer, que acredito em mim, que gosto de mim. Esse mundo é a liberdade da minha alma.

    ResponderEliminar
  3. Ao redor da nostalgia do que fomos, do que fizeram de nós... Oh!.. As cicatrizes de qualquer passado pessoal são sempre propriedade de cada um. E como isso detentoras de múltipos enigmas, de vivências incomunicáveis, intransmissíveis. É importante sermos felizes nos lugares que criámos só para nós. Certo. Todavia, noutros também, se possível!... Nos lugares que continuamente estamos criando a cada momento, por exemplo... Ninguém pode viver e ser feliz sem "lugar" para o ser ou fazer. Embora, o mundo que nos cerca, o maior ou menor grau de liberdade que dele emana seja fruto do esforço colectivo que realizamos em prol da sua construção. Não é novidade, mas é bom rever e dizê-lo.

    ResponderEliminar
  4. Para vencermos, e para vencermo-nos a nós..., antes de gostarmos dos outros, temos de gostar muito de nós próprios. Diz bem, Emília! Diz: "que vou vencer, que acredito em mim, que gosto de mim"... Diz bem! Isso demonstra sobretudo determinação e crença, desejo de superar o Ego, acreditar em si própria e no "futuro" de que fala.

    ResponderEliminar
  5. Gosto deste espaço onde escrevo e falo, gosto que esteja desse lado para me ouvir e responder, gosto que aja pelo menos um amigo meu que me leia mesmo que não comente, gosto de nos sítios onde trabalho fazê-los um bocadinho meus, gosto da minha minha família...mas o que realmente gosto é de fazer as pessoas que cruzam o meu "caminho", felizes. Talvez seja um pouco infantil o que vou dizer mas o que mais gosto é de arrancar um sorriso a alguém mesmo que não conheça e pensar que talvez essa "marca" que provoquei a siga na sua vida, mesmo que me esqueça no momento seguinte. Não é fama, glória ou reconhecimento pessoal que eu quero, deseje ou sonhe, é fazer a diferença na positiva da vida de alguém...

    ResponderEliminar
  6. Acerca de... Tudo o que é infantil é bom. Por outras palavras, ser-se infantil é muito bom e faz sempre falta. Que seria de nós sem tudo o que adquirimos na infância?... Sem fazermos uso do que aprendemos enquanto demorámos na "estação" da infância?... O conceito de "ser infantil" foi e é olhado como uma nota negativa, como aquele que não cresceu, que não age como adulto, que não se comporta como experiente ou sabendo o que quer. Não tenhamos medo das palavras!... Nem de determinados conceitos. Pensar como na infância é útil. Pensar a infância é importante e ainda mais preciso. A sabedoria conquistada ao longo dos anos traz-nos uma outra perspectiva sobre o "ser-se infantil". Como se enxergássemos um velho(a) à beira do fim, e ouvir dizerem dele, que só produz "infantilidades"!... Pois para só se produzir o "infantil" é preciso ser sábio e eloquente. Sejamos infantis, sempre que calhar!... Sem medo, rosto desnudado, peito aberto, e erguamos a nossa taça em homenagem ao sabermos achar o quanto precioso é reconhecermos e sabermos ser aquilo que - no comum dos dias - se designa por "ser infantil" no pensamnto e na acção. Corajosamente! Eu sou e gosto de sê-lo!... - Em relação a esta pequena dissertação sobre o conceito do "ser-se infantil", espero ser bem interpretado. A Emília, pelo menos, conpreende-me, pois também procuro compreendê-la. Estou certo.

    ResponderEliminar