Acreditas no futuro? Nesse estado em que te projectas no momento seguinte, de forma audaz, gloriosa, apetecível, conquistada e certa, certa de uma certeza inabalável que te cerca de floreados e sorrisos, que te faz voar de ti para um eu maior ou menor na rendição ao que se mostra e gosta da imaginação fértil e fiel ao que desejas. Eu não. Mas viajo e acredito no universo futurista que me consome nesse instante em que me transformo na imagem ou imagens de um todo belo, saudável, energético e perfeito. Um deserto profundo de emoções em turbilhão, imensas, sós, imaginárias, sentidas, vivas de vidas e não só mas também dos fantasmas que me assolam e consolam num mar de prazer e paz. Cenas inventadas num teatro só meu em que pó, cortinas, teias, sedas emaranhadas e perdidas se mostram cheias de cor, fantasia e sonhos. Só um sonho, um deserto que nada é mas que me estranha, me esmaga, absorve nas suas entranhas e me prolonga no passo, no caminho que me delineia. Depois parte, como chegou, essa forma de estar que nunca esteve mas que se sente. As sombras renascem e escurecem a luz que tinha rompido o horizonte não para vencerem mas para tornarem esse futuro meu em estrelas de luz e vida própria. Acreditas no futuro? Eu não, mas ele é real.
O futuro?... O futuro é sempre o que aconteceu ontem, a nós e aos outros. Revisionar o passado é descortinar o futuro. Aplica-se aos povos, aos países, às pessoas, a qualquer um de nós!
ResponderEliminarO passado,o passado,o passado...há coisas no passado que não quero trazer para o futuro, não existe nada para aprender ou melhorar, nada a reconstruir, nada a assimilar, nada, nada, nada, só escuridão e desprezo mais nada. Recuso-me a ser essa pessoa...mas sei que esses fantasmas jamais me abandonarão, o meu corpo assim o diz antes mesmos que a mente, com uma cicatriz mal cozida. Não consigo mudar o que sou, tentei tantas vezes...Fico com o que me fez bem, me fez sentir mesmo que tenha perdido. Sou feliz nos lugares que invento para mim, nos momentos breves que me empurram para a frente, que me dizem que sou uma sobrevivente, que vou vencer, que acredito em mim, que gosto de mim. Esse mundo é a liberdade da minha alma.
ResponderEliminarAo redor da nostalgia do que fomos, do que fizeram de nós... Oh!.. As cicatrizes de qualquer passado pessoal são sempre propriedade de cada um. E como isso detentoras de múltipos enigmas, de vivências incomunicáveis, intransmissíveis. É importante sermos felizes nos lugares que criámos só para nós. Certo. Todavia, noutros também, se possível!... Nos lugares que continuamente estamos criando a cada momento, por exemplo... Ninguém pode viver e ser feliz sem "lugar" para o ser ou fazer. Embora, o mundo que nos cerca, o maior ou menor grau de liberdade que dele emana seja fruto do esforço colectivo que realizamos em prol da sua construção. Não é novidade, mas é bom rever e dizê-lo.
ResponderEliminarPara vencermos, e para vencermo-nos a nós..., antes de gostarmos dos outros, temos de gostar muito de nós próprios. Diz bem, Emília! Diz: "que vou vencer, que acredito em mim, que gosto de mim"... Diz bem! Isso demonstra sobretudo determinação e crença, desejo de superar o Ego, acreditar em si própria e no "futuro" de que fala.
ResponderEliminarGosto deste espaço onde escrevo e falo, gosto que esteja desse lado para me ouvir e responder, gosto que aja pelo menos um amigo meu que me leia mesmo que não comente, gosto de nos sítios onde trabalho fazê-los um bocadinho meus, gosto da minha minha família...mas o que realmente gosto é de fazer as pessoas que cruzam o meu "caminho", felizes. Talvez seja um pouco infantil o que vou dizer mas o que mais gosto é de arrancar um sorriso a alguém mesmo que não conheça e pensar que talvez essa "marca" que provoquei a siga na sua vida, mesmo que me esqueça no momento seguinte. Não é fama, glória ou reconhecimento pessoal que eu quero, deseje ou sonhe, é fazer a diferença na positiva da vida de alguém...
ResponderEliminarAcerca de... Tudo o que é infantil é bom. Por outras palavras, ser-se infantil é muito bom e faz sempre falta. Que seria de nós sem tudo o que adquirimos na infância?... Sem fazermos uso do que aprendemos enquanto demorámos na "estação" da infância?... O conceito de "ser infantil" foi e é olhado como uma nota negativa, como aquele que não cresceu, que não age como adulto, que não se comporta como experiente ou sabendo o que quer. Não tenhamos medo das palavras!... Nem de determinados conceitos. Pensar como na infância é útil. Pensar a infância é importante e ainda mais preciso. A sabedoria conquistada ao longo dos anos traz-nos uma outra perspectiva sobre o "ser-se infantil". Como se enxergássemos um velho(a) à beira do fim, e ouvir dizerem dele, que só produz "infantilidades"!... Pois para só se produzir o "infantil" é preciso ser sábio e eloquente. Sejamos infantis, sempre que calhar!... Sem medo, rosto desnudado, peito aberto, e erguamos a nossa taça em homenagem ao sabermos achar o quanto precioso é reconhecermos e sabermos ser aquilo que - no comum dos dias - se designa por "ser infantil" no pensamnto e na acção. Corajosamente! Eu sou e gosto de sê-lo!... - Em relação a esta pequena dissertação sobre o conceito do "ser-se infantil", espero ser bem interpretado. A Emília, pelo menos, conpreende-me, pois também procuro compreendê-la. Estou certo.
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