Houve uma altura que admirava imenso o Herman José (humorista português), não como pessoa, pois acho que todas as pessoas têm qualidades e falhas, e há que retirar apenas o que consideramos "bom exemplo" em cada uma delas, mas pela sua rapidez de raciocínio em conseguir ter sempre na ponta da língua a palavra perfeita para o inicio de uma boa gargalhada.
Certo dia uma jornalista perguntou-lhe a pergunta pela qual ansiava saber a resposta: como é que ele fazia para conseguir ter sempre algo a dizer. Para meu grande espanto disse que não é algo com que se nasça, mas para a qual é preciso muito treino. Como queria ter a sua perspicácia no dom da palavra treinei-me a mim mesma durante imenso tempo e quando finalmente consegui fazer alguém rir foi ouro sobre azul.
Hoje em dia analiso outros comediantes e descobri que as suas observações que eu considerava apenas suas, não o são, pois com ele e para ele trabalhavam muitos outros humoristas que lhe escreviam as suas rabulas e estes provavelmente foram inspirar-se em outros, tal como eu me inspirei nele.
Nada é original, tudo surge de algo, como as lendas inspiram a realidade também a realidade inspira as lendas. Então o que interessa quem disse primeiro ou quem descobriu primeiro. Porque se aprofundar-mos muito a questão vamos descobrir que as palavras não têm principio nem fim e o nada é mais que nada quando se faz alguém sorrir ao ouvir uma história.
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