Era luz, a luz que via a meus pés. Era uma luz brilhante, que dentro dela deixava passar a vida que para além dela eclodia. Tudo há minha volta era escuridão, pesado cerco de mim própria em que tudo era mais pesado do que o que devia. Queria entrar por aquela luz adentro, fazer dela minha e minha só por inteiro. Via-se gente do outro lado, vultos que passam de lado a lado, sem de mim saberem que ali estava. Ouvi todos os sons que pela luz passavam como se tudo o que cá de fora está, não fosse mais nada. Quis entrar, mas não entrei, quis saber quem era, mas não perguntei. No meio da escuridão outras luzes surgem, outros tempos vêm, outras histórias chegam. A mim não me chega uma, quero ser tudo e todas, em todas estar, em todas ficar, mas ir, quando outra mais além me chamar. Todas me chamam, em todas sou um pedaço de um todo.
Ouvi agora, alguém bater, não na porta, mas do outro lado da porta, na presença de alguém, no querer, no antes do querer, na ideia que lhe foi revelada e antes de o saber já o sabia, sem saber que queria, mas por ideia infinita do ser! Bateu!
Ouvi agora, alguém bater, não na porta, mas do outro lado da porta, na presença de alguém, no querer, no antes do querer, na ideia que lhe foi revelada e antes de o saber já o sabia, sem saber que queria, mas por ideia infinita do ser! Bateu!
Escrita poética, essa escrita minha amada!
ResponderEliminarDócil, de dentro do "si", na projecção do "id", no quanto de universal abarca a alteridade...
Varela Pires