Era uma vez uma mulher, num tempo há muito longe de nós que se casou com um rico nobre. O Imperador do seu país. Ela era jovem e bonita mas não o amava. Casou para obedecer às leis e à família. O seu marido era conhecido por ser duro e cruel para com o seu povo mas para com a sua mulher era dócil e gentil. Enquanto destruía aldeias, matava mulheres e crianças construía pequenos palacetes para ela. A mulher tentou mostrar e fazer ver a seu marido que o povo era como ela, que merecia a mesma atenção mas a cada investida dela o seu marido fazia ainda pior. E pior passou a ser a cada dia que avançava na sua velhice.
Um dia a mulher vendo que a natureza do seu marido jamais mudaria e que a humanidade sofria nas suas mãos, fez com que ele bebesse uma poção que preparou e que o fez adormecer, calmo e sereno. Todos os dias ela lhe dava a beber o mesmo cálice estando ele ainda meio ensonado. Ali ele passou a viver a sua existência, na sua cama a dormir sem fazer mal algum aos outros ou a si.
A mulher, essa, começou a governar por vez do seu marido, como se fossem as ordens dele, porque ninguém sabia que dormia, só ela. O povo teve paz, vivia em paz e ela escrevia num livro para as gerações futuras, pelo seu punho, com a caligrafia do seu marido, como se fosse ele a escrever, ensinamentos do que fazia para que o futuro aprendesse.
Assim um duro governante se tornou o melhor de todos, pela realidade fingida de uma mulher que não conseguia mudar a natureza de um homem que não queria mudar.
Quantas vezes protegemos alguém que nos faz mal?
Uma parábola instrutiva...
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