(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

domingo, 29 de julho de 2012

"Ideias"

Quero ser viajante de ideias, construtor de imagens, criador de páginas soltas. Caminhar nas estradas ainda não abertas, por desbravar, tocar nesse todo que existe e fazer dele um pouco meu também se assim o Jardineiro me permitir. Sei que não posso fazer melhor do que já é nem é essa a minha audaciosa esperança, só quero ser uma gota de orvalho que molha as rosas do jardim, e as faz mais belas, mais vigorosas, com mais cor, no seu perfume, fulgor, presença, criadoras de muitas estorias, memórias, sentidos do ser e não ser, beleza de estares na forma de estar. 

2 comentários:

  1. Quanto de desassossego e inquietação existe neste texto!... Quanta esperança e quantas dúvidas enchem o "ser"!... Um poema muito belo, em prosa, que merece toda a atenção de quem o encontrar e se dedicar a assumi-lo. E, depois, scrito admiravelmente na primeira pessoa!...

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  2. ....Um grito, fibras de mil gritos, submersos na alma, cativos no corpo, onde os desejos buscam formas de alcançar sem recuos, de devorar, de esgotar caminhos de sensualidade, formas de possível concretização do que não nos chega. Eis a expressão verbal de um novelo de gritos que é poder, que se cristalizam em lágrimas que nunca acabam por renunciar, e são "vigorosas" mensagens do que se espera e do que pelo mesmo se desespera. Hoje, gritos de desassossego, de atropelo, ondas uma a uma, em que tudo parece formar-se e logo diluir-se, "páginas soltas" onde a vida é charme e espuma, é vocação, a luz, o acto de respirar, e outra vez essa lancha de desejos e querer que assoma e se faz ao mar, lancha sobre espuma, miríades de estrelas desprezíveis, mas sobretudo carne, espírito, "fogo que arde sem e ver", tudo um tocar e um usufruir que não podem esfumar-se na moleza dos dias. Pois... Um outro dia nasce, mais um dia de desejos, implosivo e álacre, sonho de incertezas. Todavia, é com as incertezas que se ama, que se tecem lendas, que se ergue, que se constrói, que percorremos o nunca percorrido.

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