A vida é um circulo, por mais voltas e voltas que dê volto sempre ao mesmo inicio, ao começo de uma nova volta, e cada volta é diferente e divergente da anterior, algo muda se assim o quiser e o entender, e rodo e rodo, por vezes nem me dou conta que uma nova volta começou quando já a meio dela vou, e nem todas são simples ou fáceis de fazer, mas a todas dei um fim. Aprender, aprender a ser melhor.
(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)
quarta-feira, 30 de maio de 2012
sábado, 26 de maio de 2012
domingo, 20 de maio de 2012
"Boa noite"
O meu coração bate ao som de um tambor nas batidas dos segundos dos minutos e horas que passam sem passarem, que quero que fujam e não fogem, das coisas que o sono me obriga a lembrar e despejar cá para fora. A minha mente lateja no sofrimento do aperto a que se submeteu, às cordas a que se amarrou, aos pensamentos a que se marcou, grita e exige descanso, descanso que não lhe posso dar, memórias para recordar, sentimentos para perfazer, se descansar terei de me render ao que o sono me traz, acordar de mãos vazias, sem o nada de um todo, um todo que nunca se teve, tão estranho que se tem saudades como se ainda aqui estivesse, como se ainda existisse e lhe pudesse tocar, sentir, amar e ainda existe, na persistência, resistência, coerência do que sempre foi e não pode deixar de ser. O coração bate, não deixa de bater, mesmo que me deite os sons e segundos serão os mesmos, por isso boa noite, vou descansar.
"Cá dentro"
Ontem à noite antes de me deitar, encontrei uma borboleta escondida e perdida do seu rumo, agarrada às cortinas como que a fugir da escuridão da noite e do frio que a janela aberta lhe trazia. Fechei a janela, pela manhã ela iria embora, hoje comigo dormiria no meu quarto. Mas uma borboleta é selvagem, não domesticável, precisa de ar, do ar da rua, do sol da rua, do calor da rua, do vento da rua, do toque da rua, cá dentro morrerá. Por isso voltei a trás e abri a janela e tentei empurrar a borboleta para fora. Não quis ir, tinha medo do escuro, do frio da noite, da falta de guia que lhe mostrasse o caminho para casa, seria mais seguro esperar pela manhã e logo saberia para onde ia. Mas a borboleta é selvagem, cá dentro morrerá. Tentei mais uma vez e outra até que desisti, talvez ela tivesse razão, estava demasiado fria e escura a noite, melhor seria esperar pela manhã. A manhã veio e a morte também. A inevitabilidade. Melhor seria ter enfrentado o escuro da noite e resistir ao conforto de se estar entorpecido, essa não é quem tu és, não devias ter ficado cá dentro. Estavas enganada minha amiga, estávamos as duas enganadas.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
"Morte"
Não tenho medo da morte, que ninguém mais me conheça e me esqueça, que o corpo se transforme em pó, em cinza, nada. Não tenho medo da morte, é-me familiar, posso toma-la quando quiser sem qualquer pudor ou pejo de o dizer. A morte física não é mais do que isso, carne, sangue, ossos, uma estrutura efémera que se degrada a cada passo na sua inevitabilidade final da simples destruição. Não tenho medo dessa morte, antes tenho da morte pessoal, interior e presente do que sou, porque o que sou é maior que um corpo, um braço, uma perna ou um olhar, mais que a inteligência, beleza ou certeza. O que sou existe antes de o ter sido, antes de nascer já o era e depois de morrer ainda o serei, sou a continuidade dos astros, de toda a morte que se regenera em vida sempre e sempre, como Fénix pela eternidade dos tempos.
domingo, 13 de maio de 2012
"Silêncio"
No silêncio dos silêncios, dos espaços abertos que nos falam, nos dizem e repetem, vejo-me e vejo-te como sempre. O tempo muda, a vida se reforma e transforma mas nós cá estamos enquanto cá ficarmos. Simples desse modo, nada mais que isso, somos como sempre fomos, o elo de ligação de duas estradas numa encruzilhada a olhar em direcções opostas com as nossas mãos dadas atrás das costas. Vejo-te muito mais que a ti muito mais que a mim sem nos olharmos, assim é a vida que nos separa mas nos cruza. Sempre crescendo na força do que sempre foi. Queria que visses o que vejo, que sentisses o que sinto mas não te saberia contar como é porque as palavras não contariam sequer o que tenho quanto mais o que te quero dar. Agarra-me então e no silêncio seremos livres.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
"Antes de falar"
Palavras são vomito do que se quer dizer e como vomito que é, é diferente do que o que se consumiu, saboreou e digeriu. Toda a satisfação do que se sentiu no momento transforma-se no azedo com que sai. Palavras rigorosamente colocadas em frases perfeitamente estruturadas, com sentidos inflamantes ao que se quer mostrar com toda a sua força e poder, jamais poderão dizer o que quis dizer antes de falar.
"Decepções"
Decepções matam. Matam o corpo que se verga, o espírito que se despede de um pouco de si, a ingenuidade do que era e o que restou encoberto pela sobrecapa de um livro. O que sou é a passagem de tudo o que fui e que me obriga a olhar a vida para além do que se vê, para além do que existe, para o bem e o mal. Mudei, transformei, construí, reconstrui, destruí, tantas vezes que hoje não sei mais se sou o que sou ou o que se perdeu para que pudesse ser o que sou. Que saudades tenho de quando não pensava, apenas era, não existia no sentido de o saber e apenas era. Saber cansa e cansa tanto, tanto que fazem as lágrimas balouçar nas curvas do que se vê e não vê, na duvida do lamento de si para si, no fracasso que se sente de se ter deixado cansar.
domingo, 6 de maio de 2012
"Mãe"
Desculpa mãe mas não gosto de regras e hoje é dia de te dar uma prenda, é suposto comprar-te alguma coisa, rosas talvez ou fazer uma coisa só minha, só nossa para te dar. Desculpa mãe mas não gosto de regras, que nos fazem viver em quadrados e círculos nos supostos que nos impingem. Desculpa mãe mas não te vou dar nada apenas porque todos os outros o fazem, porque tem de ser neste dia, que foi marcado no calendário e agora já não há volta a dar, tem mesmo de ser. Desculpa mãe mas não posso. Sabes que gosto de ti hoje e sempre, por isso não te posso amar só um dia.
sábado, 5 de maio de 2012
"Às mãos de um louco"
Por vezes penso que vivemos às mãos de um louco, um louco que na sua loucura é coerente e previsível na sua imprevisibilidade, perante o qual e atendendo à tolerância e pacificação do mundo vivemos nas suas mãos, para que não o melindremos e provoquemos a sua ira. E quem é o louco então pergunto eu. Sendo nós o lado da razão e conscientes da realidade do certo e errado porque continuamos nas mãos de um louco. Talvez não estejamos tão certos, talvez esse encontro seja a procura de algo que ainda não saibamos e que talvez traga a luz do que ainda não vimos.
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