Não tenho o que desejei, tenho o que precisei, não sei para onde vou, sei aonde estou, vivo uma vida cega, olho para ela como uma só, o futuro me espera, que espere ainda não está na sua hora, ainda, ainda não. Que vida é vida e viver é perceber que o que está sempre foi o que deveria ser, nem mais nem menos, assim o é. O que desejo agora, nada, o que será, será, não peço mais nada, estou aqui para viver mais nada, sonhar, gritar, perder, criar, acabar, ser e crescer a passos largos, apertados, maiores de quem vence ou adormece em tudo o que me escapa.
(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)
segunda-feira, 30 de abril de 2012
domingo, 29 de abril de 2012
"Eu e a razão"
"o ser humano é mal desde a sua meninice" (Gn 8.21), não há como mudar isso...existem como que duas pessoas dentro de ti, uma puxa para um lado outra para o outro, uma o teu Eu outra a tua razão, és tu que tens de lutar por ti e escolher o teu caminho, tal como cada um tem de fazer as suas próprias escolhas. Ninguém é melhor ou pior que o outro somos todos iguais, apenas escolhemos caminhos diferentes. Todos somos egoístas, egocêntricos, não há ninguém que não olhe em primeira instância, para si, a sua família, o seu conforto, o seu bem estar. É nessa luta que acho que devemos entrar, na guerra contra o "nosso umbigo", é isso que nos faz melhores (acho eu), e talvez um dia já não seja preciso declarar guerra ao nosso ego e saia tudo de forma natural.
sábado, 28 de abril de 2012
"Pormenor"
Somos todos iguais, feitos da mesma massa, terra e ideias, como se fossemos todos um só separados em milhões iguais, de géneros diferentes mas também iguais, pensamentos diferentes mas que sempre se unem na sua finalidade, serem amados, até os deuses querem ser amados, e todos somos capazes de amar de forma sublime mas também de odiar, podemos ser tão bons como maus, todos sem excepção. Branco, preto, amarelo, animal, somos todos iguais. Não há maior ou menor, apenas nos encontramos em caminhos diferentes, uns mais à frente outros mais atrás, uns vêem primeiro outros depois, uns chegam antes outros a seguir, uns esperam pelos outros, outros seguem sozinhos. Consigo ver tantas coisas nos outros que talvez também vejam em mim, coisas em que somos iguais, coisas que já senti e perante as quais fiz igual. Não sou diferente, somos iguais. Mas se somos iguais, também somos igualmente todos diferentes. Diferentes no pormenor, no pormenor que nos fez ser ainda antes de sabermos que o éramos, no pormenor que nos distingue, no pormenor do sentir, no pormenor querer, no pormenor do saber, no pormenor de amar.
quarta-feira, 25 de abril de 2012
"A caixinha de música"
Encontrei numa casa de velharias, sim velharias, nem sequer se pode chamar de antiguidades à quantidade de artigos desactualizados, incompletos, amontoados e desmantelados aos poucos para peças. Encontrei, encontrei um pouco do que andava à procura, uma caixinha de música com bailarina, um daqueles desejos que sempre quis ter, talvez por ver nos outros e não ter, não sei, só sei que gostava de ter e encontrei um pouco do que andava à procura. Um pouco porque a caixinha não tinha bailarina, o dono da loja já a tinha vendido quinze dias antes disse. Ainda tem música, ouvi-a, pareceu-me familiar, gostei, devo te-la ouvido em algum lugar certamente e ficou-me na memória, mesmo que a tenha esquecido, nada vem do nada. Comprei-a mesmo assim, incompleta, pela música de que me recordo, talvez um dia me lembre aonde tenho essa história por contar e recordar.
domingo, 22 de abril de 2012
"Um beijo"
Um beijo, dá-me um beijo, um beijo quente, encosta a tua face à minha, suavemente, esmaga-me essa tua pele contra a minha e faz dela uma só, porque estou só hoje, vem ter comigo, dá-me um beijo, um beijo ardente, é noite, estou à tua espera e não consigo descansar esta minha alma que de tão inquieta estranha que já não venhas, dá-me um beijo de chegada e despedida, faz-me sentir aqui ao pé de ti, diz que gostas de mim sem o dizeres, dá-me um beijo sem te pedir, de surpresa boa, sem contar as vezes que o fizeste, como se fosse a primeira vez que me visses depois de uma longa ausência, dá-me um beijo com se me fosses perder, dá-me um beijo de agora de sempre para todo o sempre mas volta outra vez, dá-me um, dá-me um beijo, um beijo rápido já não me importo que seja assim, mas vem. Dá-me um beijo mãe e eu ficarei bem.
sexta-feira, 20 de abril de 2012
"Futuro"
Acreditas no futuro? Nesse estado em que te projectas no momento seguinte, de forma audaz, gloriosa, apetecível, conquistada e certa, certa de uma certeza inabalável que te cerca de floreados e sorrisos, que te faz voar de ti para um eu maior ou menor na rendição ao que se mostra e gosta da imaginação fértil e fiel ao que desejas. Eu não. Mas viajo e acredito no universo futurista que me consome nesse instante em que me transformo na imagem ou imagens de um todo belo, saudável, energético e perfeito. Um deserto profundo de emoções em turbilhão, imensas, sós, imaginárias, sentidas, vivas de vidas e não só mas também dos fantasmas que me assolam e consolam num mar de prazer e paz. Cenas inventadas num teatro só meu em que pó, cortinas, teias, sedas emaranhadas e perdidas se mostram cheias de cor, fantasia e sonhos. Só um sonho, um deserto que nada é mas que me estranha, me esmaga, absorve nas suas entranhas e me prolonga no passo, no caminho que me delineia. Depois parte, como chegou, essa forma de estar que nunca esteve mas que se sente. As sombras renascem e escurecem a luz que tinha rompido o horizonte não para vencerem mas para tornarem esse futuro meu em estrelas de luz e vida própria. Acreditas no futuro? Eu não, mas ele é real.
terça-feira, 10 de abril de 2012
"Eternidade"
Do nada se cria a imortalidade, de uma pedra de areia a eternidade, de uma folha caída uma árvore grande robusta, verdejante mas intocável. A eternidade numa vida tão curta que a recorda revivendo em si tudo, tudo outra vez. Sem palavras falo, sem lágrimas choro, sem te olhar te explico na minha oração diária em que te encontro e te sinto onde tudo o que não foi e se foi existe. Viver em mim, por mim enquanto viver, quando deixar de o fazer não sei, por agora tenho de viver, para que essa vida viva em mim numa eternidade terrena, limitada mas imortal. Sem dor, que dor é sacrifício, pesar e sofrimento mas amor, saudade nos momentos de silêncios e sós em que os pensamentos à luz se revelam em encontros longos e duradouros de paz e desejo.
sábado, 7 de abril de 2012
"Normalidade"
Normalidade é ser igual, nos mesmos ritmos, seguimentos e atitudes que tudo ou o tudo que se conhece. Seguir na mesma trilha o mesmo caminho, cegos de que é essa a soma correcta da matemática da vida. Mas quem foi o primeiro a dizer e fazer, a quem foram dadas as regras a seguir e cumprir, onde está o contrato redigido e ao qual se deve o dever de respeitar, por qual objectivo ainda assim olhamos como se fosse esse o cálice dourado. Felicidade. Posso me desviar desse caminho, ser desigual, tentar ser desigual, porque nessa igualdade não se reflecte o que procuro, porque para mim vendem a igualdade como verdade, tratando-se de uma mentira. Posso viajar numa longa tarefa auto-imposta na busca da minha regra de felicidade e no final quando o cansaço me fizer descansar essa dita normalidade será e é tão desigual. Sempre queremos o que não temos como se o que não temos fosse melhor do que o que temos.
quinta-feira, 5 de abril de 2012
"Forte"
Ser forte é ser uma mentira mas passá-la como verdade para os que se moem e remoem nas mesmas questões e dúvidas que nós. Ser forte é negar o óbvio, esperar, desejar e trabalhar conseguindo o impossível. Ser forte é ter medo e acreditar. Ser forte é estar sempre na estrada sem tempo para descansar. Ser forte é estar cansado no corpo e na alma. Ser forte é ganhar algumas batalhas mas perder muitas mais. Ser forte é levantar-se sempre mesmo que doa. Ser forte é olhar para trás e dizer valeu a pena, fiz tudo o que tinha a fazer, apenas lamento o que não fiz. Ser forte é sobreviver a mim.
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