(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

quinta-feira, 15 de março de 2012

"Realidade"

Às vezes penso e por pensar confio nessa estranha sensação de gozo que na realidade não existe, mas se existisse seria o que sinto nas horas em que prendo a razão à guilhotina e me permito ser o que acho que sempre fui, aquele a quem se dissipam as névoas no sopro do coração,  vence as batalhas sem magoas e que sabe que a realidades das coisas está muito para lá do que se vê e muito mais perto do que se toca.  

6 comentários:

  1. Não concordo totalmente, embora pense perceber aonde quer chegar... Ora, vejamos sem ver... O verdadeiro real é intangível, indelevelmente não perceptível, mesmo quando nos parece estarmos chegando nele. O real requer emoção e a emoção necessita da razão para se tornar palpável, objectível, consequente, produtiva, caminhante e ao nosso alcance. As tais "batalhas" nunca se vencerão (?) sem mágoas, sem sofrimento pegado, incorporado!... A realidade ontologicamente existe, muito para além de tudo o que a nossa visão atinge, muito para lá da extensão do nosso pensar extensível, mas para nos ir tentando, para nos ir "ensinando" a descodificá-la... De acordo?!...

    ResponderEliminar
  2. Por mais que queira e diga faz, sei que não o posso fazer, por mais que diga espera sei que tenho de ir, e o coração pára e a razão dita não sem se remoer no que se fez, porque não pode o ser permitir-se a deixar de ser e deixar que os alicerces em que se assenta desabem. A realidade são esses dois lados que não se vêm de uma só vez, e nesse meio termo de contradição se encontra a aceitação de uma decisão, quando se pára de pensar e se deixa render, que por vezes traz uma certeza de calmaria, de alivio, de confiança que na realidade não existe, mas que quase nos faz acreditar que lhe tocámos e vimos quando na realidade ainda não sabemos nada.

    ResponderEliminar
  3. O modo claro, simples, sentido, muito seu, a maneira como acaba de explicitar o que sente, e compreende, e interioriza, e vê... e visualiza encanta-me!... Gostei de ler. Muito!... Escreva sempre assim, de um modo mais solto, mais concordante com o sentimento, com a sua percepção. Não tente rebuscar demasiado o estilo, porque - de certo modo... - complica a compreensão do que pretende transmitir. Não leve a mal esta minha última observação...

    ResponderEliminar
  4. Sim eu sei, velhos hábitos...por vezes falo e escrevo julgando que os outros estão dentro da minha cabeça e que sabem toda a sua historia...então exprimo-me da forma mais agarrada e mais sintetizada ao que sinto, porque acho sempre que decompor algo é perde-lo, tonando-o frio e longe.

    ResponderEliminar
  5. "Decompor algo" é saboreá-lo melhor e mais demoradamente, e isso - ao contrário - enche-nos de calor, de afecto... Apenas uma opinião.

    ResponderEliminar
  6. Sintetizar é necessário, imprescindível. No entanto, sintetizar é igualmente uma tendência para fechar. E em meu ver, nunca se deve fechar, e muito menos fechar "portas", vias de comunicação, mesmo em nós, porque nunca acabamos por fechá-las completamente, quer o queiramos, quer não... Tudo voa para o nosso inconsciente. Até um dia...

    ResponderEliminar