Iguais às das crianças, dedos um pouco gordos, tortos, talvez não tanto quanto se amostram mas como se apresentam nas regras dos desenhos arquitectónicos. Têm subtis cicatrizes que apenas os olhos experientes descobrem por conhecerem as suas lendas. São macias, secas, duras, curtas, imensas para os seus dizeres e afazeres, quase poderiam iludir pelo aspecto que têm a quem pertencem, não fosse as linhas azuis das silhuetas das árvores despidas no inverno tatuadas nas suas costas. Falam se a voz não soltar, como esponjas cheiram ao que se agarram e escutam, olhos do que não vê, aquecem e arrefecem no que sendo a primeira pele assim tocam no que se encostam na matemática da proporção.
Um belo trecho poético, que demonstra hábitos, sensibilidade, observação, assertividade e um atento amor a muito do que a cerca, algures, na terra, em qualquer lugar, na vida, porventura desenhado ou espelhado no branco trepidante dos muros que ladeam o caminho... A curva do caminho, essa é já pareceu mais longe de atingir. Não?...
ResponderEliminarPorque é que me faz uma pergunta para a qual não acredita na resposta?
ResponderEliminarAcredito, pois!... Porque os seus textos deixam sair, deixam atrás deles, infiltando-se por de dentro das palavras muito do que existe em si, do que me parece existir em si, e a Emília não se aperceber por momentos, e também não querer expor, o que se aceita compreensivelmente. Existe, é evidente, uma progressão construtora, um caminhar sem cansaço, embora sinuosamente percorrido, na sua expressão e nos seus pensamentos, um caminhar sentido, audível, vivo, avançado, aperfeiçoado de texto para texto, mas sempre apetecível e pleno de curiosidades nas ideias que pretende transmitir. Quanto mais se percepcionar a si própria, se interpretar, mais visível se torna a tal "curva da estrada". Não quer aceitar?!.... Compreendo-a. Todavia é a minha leitura, a minha verdade para si, em especial. Nesta resposta, usei e uso com simplicidade, mas muito a sério, apenas o que se designa por hermenêutica do escrito, do documentado... Quem escreve, pensa. Quem pensa, procura olhar-se, quem se olha, deseja, e todavia não pode ver tudo, infeliz ou felizmente. A Emília o dirá, de sua justiça. porém, igualmente lhe queria dizer que perguntar, não obriga nenhum de nós a acreditar em uma resposta que possa surgir! Creia-me com admiração e desejando estar sempre atento.
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