Assumido

Os meus amigos perguntam-me, porque é que eu ando sempre tão alegre, tão feliz da vida, a dizer disparates …Será que estou apaixonada?
Posso dizer que sim. Sim estou.
Não estava nada à espera. Foi algo que me surpreendeu e nem sei como é que começou. Sinto que estou de bem com a vida e apenas consigo olhar para o lado positivo do negativo.
Agora sim posso dizer que estou feliz. Ela ouve-me, critica-me, choro no seu ombro, e não existe ninguém mais meus amigo do que ela. Por vezes acho que não mereço tudo o que ela me dá. Sei que sou muito complicada, incompreensível para muitos. Mas ela está sempre perto de mim, em todos os meus pensamentos.
Encontrei-a num curso, onde estudo à noite. Há muitos anos que a tinha perdido. Já me tinha esquecido dela. De como ela era alegre, sem medo, sem pressão, só ela, antes do barro ter sido moldado…
Sei que este sentimento, não vai resistir por muito tempo, mas isso já é algo aguardado, pois nunca nada de bom na minha vida durou muito tempo e este não será excepção.
Aguardo o dia em que me vou trair novamente. Porque sei que esse dia vai chegar…E será como agora, sem aviso. O dia do esquecimento abater-se-á sobre mim sem misericórdia, e eu vou perde-la. Só desejo que desta vez não seja para para sempre.
O seu nome é o meu, e o meu nome é o seu. Estou muito apaixonada por mim mesma, pela verdade que encontrei no meu coração.
Então, vai ser à grande e à francesa até ao último momento, em que o grande encenador fecha a cortina, os actores se retiram, desmaquilham-se e o personagem morre.