(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

sexta-feira, 16 de março de 2012

"Língua"

Uma palavra numa língua longe soa estranha, estranha com outro som em outro tom, diferente, dizendo o mesmo. Essa língua distante não é mãe mas irmã e se prende em seus símbolos quando me faz encostar nas paredes e escutar o silêncio e o bater dos tambores na vibração constante, crescente, descendente mas continua que electrifica, gela e sua no tremedouro  dos tempos. Ouço o seu ritmo, argumento, sentimento, páginas soltas  de um livro inacabado, rasurado mas desenhado em traços imprimidos de pele a pele. 

3 comentários:

  1. "Língua"!... Um muito bem escrito pedaço de prosa. fico sem saber o que dizer-lhe... Na linha do que assinalei anteriormente, este texto - mais expontâneo e mais vivo, desenlaçado, quase isento da rigidez usual dos seus anteriores - encanta-me!... Deixe-me dizer-lhe, acrescentar somente, que numa qualquer língua as palavras não pertencem propriamente a ninguém. São de todos nós.

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  2. Falo em uma língua mas os meus pensamentos são feitos em outra que tenho muitas vezes de traduzir para a primeira e nem sempre o seu resultado é satisfatório, com se não houvesse comparação possível. Não que tivesse estado em outro país e a língua se agarrasse, ou que me apaixonasse pela palavra dita de outro ponto mas o facto é que, deseo, desiderio, désir, desire, fazem com que I colori dell'anima formem uma paleta de cores muito mais abrangente.

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  3. Em fonética, nesse campo, acaba por ser um exercício cheio de atractivos, se o incorporarmos num texto poético... Belo!

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