A vida parece tão irreal, tão fora de contexto, como esta cadeira em que me sento. As cadeiras têm este jeito de nos prender ao chão, mas no fundo, no fundo, toda a gente sabe que a culpa não é da cadeira, é de quem nela se senta.
(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
"O meu lugar"
O meu lugar é aquele que me faz ter, é aquele que nunca vi mas que sempre o desejei ter. Desenho-o desde cedo, sempre com as mesmas formas, sempre com o mesmo querer. A preto e branco, de onde as cores não se vêem, mas com a mesma certeza brilham se assim quiser que sejam as cores com que sempre sonhei.
O meu lugar é aquele onde nunca estive com os meu pés, mas aquele onde sempre foi antes de o ter sido. Tem uma árvore grande que circunda o rio que corre para o mar. Uma árvore forte, robusta, pronta para apoio de alguém que ali queira repousar. Ao fundo as montanhas são altas, sem neve, apenas o verde das ervas molhadas que cheiram a terra e mar. O sol brilha à tarde, tingido de vermelho puro.
O meu lugar é aquele onde nunca estive com os meu pés, mas aquele onde sempre foi antes de o ter sido. Tem uma árvore grande que circunda o rio que corre para o mar. Uma árvore forte, robusta, pronta para apoio de alguém que ali queira repousar. Ao fundo as montanhas são altas, sem neve, apenas o verde das ervas molhadas que cheiram a terra e mar. O sol brilha à tarde, tingido de vermelho puro.
Tenho saudades desse lugar onde sempre que o desenho estou, sem a mim me fazer lá. Uma imagem que permanece a não existir, sendo real. Sem nunca lá ter estado estou.
Sinto-me lá, sob a árvore robusta, de onde as folhas caiem empurradas pelo vento. As flores que no chão se agitam, voltando ao mesmo lugar. Sento-me no chão duro e seco e o olhar move-se com vontade própria pela paisagem nua e minha. Imagens roubadas ao meu coração, que assim a querer, dei também!
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
"Ponto final!
Podes estar em dois lugares, enquanto escutas e pintas, quando desenhas e falas, quando acordas e ainda estás a sonhar, mas escrever, para escrever é preciso estar lá e não sair de lá. Focado à espera, na espera que elas venham, as palavras. Podes ir, ao caminho mas só lá chegas a meio, elas é que vêm ter contigo e só uma vez! No contexto, na forma, no sentido e sentir com que se sente, é só uma vez. A seguir é vêm outras, porque o sentir é diferente, mais ou menos, ou mesmo igual, não sabes dizer como disseste. O que vês é ao lado e não em frente. Se te quiseres ver como eras tens de te copiar, e à copia sais do sítio, um risco ao lado, não é igual, a impressão é outra, já passou é outra. Por isso nunca acaba e te reescreves sempre que terminas um ponto final.
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
A loucura veio a mim num riso, um dia. Era dia, era noite, era eu sem o saber. Ouvi o eco da voz e dela saiu um outro que não conhecia, não sabia que existia. Mas era e vivia em mim , como alguém que se esconde para não magoar. Não existia certo ou errado, era o agora ou nunca na estrada em que me encontrava. Era a adrenalina, o ópio, a doce morfina que me arrebata a alma, que o corpo já não existe...
"Um segredo"
Um segredo, profundo em mim, me segue numa estrada sem que me cruze ou retenha a ser o que sou, o que me faz viajar. Não gosto, não o detesto, apenas existe. Existe como pele à minha superfície e sem ser é, e é assim porque quero que seja. Há pele que dele também existe, há pele que dele em mim persiste, em me fazer o que sou. Um sonho real, que existe e vive em mim. Não consigo, não posso dizer adeus, não sou eu que manda é a minha carne que o diz. Me lembra agora. Está lá na ausência dita, na memória escondida, no que não se lembra por sempre ser, sempre estar. Sem saber veio, a saber está. Ficás-te nesta parte invisível de mim, que sem se ver, vê-se. Sou, penso e estás...
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
"Luzes da noite"
As vezes à noite, de noite ou no escuro da noite é quase como se fosse noite e nem é preciso fechar os olhos para o ser, basta acreditar e ser se assim se quiser! O escuro envolve-nos mas sem medo...não é medo que se tem é fascinação, prazer, cumplicidade! Como quando se nasce sem ver e as pequenas luzes, os brilhos que nos chega e nos hipnotizam, tornassem o mundo só disso e não houvesse nada além disso.....
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