(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Dor é a roda em que brincava, roda de onde caí, roda de onde vi meu pai gritar, roda de onde me me veio para acudir. Dor é não saber porque perdi o equilíbrio, porque a roda passou por cima do meu pé e não senti nenhuma dor. Lembro-me de meu pai, do meu pé no chão, da certeza da roda pesada por cima dele, da dor existir sem ali estar porque alguém, quem foi não sei, alguém me puxou para fora estando ainda ali, e a dor ficou no tempo e não em mim. Quem me poupou à dor não sei, para quê não sei, mas lembro-me do meu pai a gritar, de apalpar o meu pé, de dizer desculpa, não aconteceu nada, está tudo bem...

1 comentário:

  1. Quando as mãos de um pai palpam uma dor, palpam a nossa dor, então, essa dor deixa, deixou de ser dor... Porque se aconteceu, não aconteceu.

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