Saudades da explosão de raiva, em que a voz se elevava até doer, até sentir as veias do meu cérebro dilatarem, não deixando espaço para mais nada do que a razão.
Saudades do coração voar do meu peito junto com as palavras, eliminado o bom senso. Da adrenalina a percorrer o corpo exausto e esfomeado de mais luta.
Saudade do medo, que me fazia sentir viva. Do mundo ingénuo, guerreiro, companheiro, vivo, perfeito, dos meus desenhos de escola.
Já não sinto a violência desta guerra. As marcas no meu corpo já não têm história, independência, memória.
Resta-me alimentar este mar de sal, em que navegam jovens marinheiros ansiosos por novos mundos.