(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O dinheiro

Mais do que o sexo ou a religião e apenas ultrapassado pela ideia da morte, o tabu do século XXI é o dinheiro. Já tudo foi dito sobre sexo. Até o Papa Bento XVI, fá-la sobre preservativos da sua varanda pessoal. Para não falar dos muçulmanos que se suicidam gritando aos quatro ventos que o estão a fazer porque irão receber como recompensa sete virgens no paraíso. A virgindade, hoje em dia é rara, mas será que só se encontra na outra vida. Aparentemente, alguém acha que vale a pena morrer para o descobrir. A religião ao invés de um acto de fé, transformou-se num acto de comércio, moda ou político. Como já não é monopolizada, o bolo é repartido por todos. Resta-nos o dinheiro.
Ninguém, na realidade, diz quanto é que recebe no final do mês, principalmente se receberem muito e os seus colegas muito menos.
Usamos o dinheiro como forma de estatuto, mas nem sempre da mesma maneira. Damos a entender que temos mais do que é verdade, quando estamos na presença de outras pessoas que o têm, e menos quando não o têm.
Nesta época de crise e não só, todos querem ser iguais, pertencer ao mesmo clube, e a situação financeira é um dos principais aspectos a ser levado em consideração. É difícil aceitar no seio da sociedade, onde o nível de desemprego é elevado, alguém que se encontre numa posição mais favorável e que consiga alcançar, os seus objectivos, mais rápido.
Jogamos então o jogo da sociedade, a dinheiro.
O homem, já dizia Aristóteles, “ é por natureza um animal social”, que vive em sociedade, e precisa, para sobreviver, jogar o seu jogo. Quando se vive em sociedade, aceitamos as regras do jogo, se queremos conseguir satisfazer todas as nossas necessidades. Queremos liberdade, mas o nosso instinto, diz-nos, que sós, não conseguimos, que é necessário “agarrarmo-nos” a algo ou alguém.
A nossa necessidade de conhecimento e permanência em sociedade, leva-nos a castrar os nossos sentimento e por vezes até os nossos ideais, para que possamos continuar a usufruir de tudo o que a sociedade tem para nos oferecer, pois o homem desenvolve toda a sua vida em sociedade. Mas também é neste jogo de ofertas e cedências, que encontramos o nosso eu. Totalmente de graça. Não que eu não tivesse dinheiro, claro.

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