(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

segunda-feira, 23 de março de 2015

"Como eu sei que existe"

Tudo o que foi agora não é mais. O que é, é outra. Outra que depois veio. Depois do depois sendo o agora presente. Talvez o que seja, seja o que quero que exista. Nada mais do que isso, o que faço com o que acontece, o que moldo, o que altero. A beleza que quero que seja, Mais do que isso a beleza que sei que existe e ninguém vê. Ninguém, ninguém mais do que eu. Queria que me entendessem, que vissem o que vejo mas tudo o que faço para me fazer compreender torna tudo tão vago e longo. Talvez o vento do qual me lembro não tenha existido, talvez a memória de um vento que não me tocou seja o vento que eu quero que exista. É porque quero que exista, que para mim é real, confortante e verdadeiro. Um vento criado por mim como eu sei que ele é. Como eu sei que existe. O vento que traz todos os ventos, os ventos quentes dos Verões quentes, de sestas ardentes. Onde tudo é permitido sem ser pesado e medido. Tudo é certo, corriqueiro e bananal. Onde a vida corre devagar, sem se pensar na pressa dos dias. Onde tudo está como sempre esteve, antes de se pensar em querer ou ter, antes disso já existia, antes de tudo isso já o era, como sempre o foi e sempre assim será.