(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

sexta-feira, 7 de junho de 2013

"Sem um beijo meu!"

Às vezes as estrelas estão tão longe, tão longe, que mesmo gritando elas não me ouvem. Dorme, fecha os olhos e não olhes. Esquece tudo o que tens para dizer e vai. Viagens, lua e ser, perdição na magia do ter eu desejo crer. Tão longe estão as estrelas do meu coração. Podes soprar-me ao ouvido e suspirar uma silaba, verter uma lágrima uma caricia que elas não virão. Elas estão tão longe, tão longe elas estão. Longe, numa ausência dura e crua sem um beijo meu. 

terça-feira, 4 de junho de 2013

Está a chover lá fora e eu sinto que chove outra vez cá dentro. Nasci no momento errado ou tudo me parece errado, fora de contexto sem pretexto que me diga, tens de ir para ali. Está tudo tão longe, tão fora do lugar que não sei se é verdadeiro ou real. A natureza castiga-me, fez-me nascer no lugar de outro, outro que estaria aqui igual, fez-me nascer demente da loucura do concreto. Se tivesse coragem ou mesmo o despudor necessário para, perguntaria a minha mãe,  na frieza obscura do momento porque estou aqui! Mas até para a morte é certo ter-se de se ser outro e sentir-se nada por  ele. Se sentires mesmo que só, compaixão o outro morre menos, demora mais a morte, sente o que sentimos naquela hora, o remorso e a dor que se sente quando se está do outro lado ainda estando deste. Matar é simples, não sou eu que o faço é outro, o segundo a seguir é que é difícil, o segundo a seguir aí é a nossa morte viva.
Continua a chover, as estradas alagam, os vidros opacam e o mundo fecha lá fora e eu abro o meu cá dentro.