(Este blog é totalmente dedicado a Laura e Lara, para quem todas as mensagens que aqui posto, me dirijo. Sem dizer adeus.)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

"Ouro sobre azul"

Vida, momentos perfeitos, são os que se encontram em apenas segundos de existência no enorme vazio do negrume da noite. Podemos encontrá-los ao alcance de uma mão e mesmo assim continuarem demasiado longe, mas é nessa contradição de um sim e um não que eles se encontram, porque podem não ser inteiramente nossos, mas fazemos parte de um mesmo cenário, somos a mesma história. Feliz é ser feliz com ou sem se ser feliz também. Sentir, desejar e ver e mesmo assim ser, transformar um pôr-do-sol inalcansável de tocar ou beijar, visto ao alcance de uma mão, sentada num muro qualquer nos breves momentos em que se assiste ao último encontro do sol com a terra numa explosão de alegria e cor e transformar toda a história em ouro sobre azul. 

"Só"

Mãe e pai...sinto saudades dos dois, mesmo quando estão ao meu lado, mas quando a noite adensa e a escuridão do sono se revela, sinto que estou só antes mesmo de estar.

sábado, 19 de novembro de 2011

"Talvez"

As coisas são como são
não são o que dirão
porque o que dizem é mentira
não passam de fases de agora.

O agora diz que talvez
o passado disse outra vez
e o futuro dirá  não, não vês,
o que viste é apenas talvez.

E nessa confusão
de um mundo em abolição
curvo a cabeça em aceitação
de um não com convicção.

Fica um talvez sem ruir
transformado em titã
capaz de construir
uma história infinita.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"Hábito"

O ser humano é uma criatura onde mudando os seus padrões continua com os mesmos hábitos.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

"Lucidez"

Negar-mo-nos a nós mesmos é ter tido em alguma altura da nossa vida, a lucidez de ver quem realmente somos.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

"Aqui estou"

Empurras e puxas, esmurras, caiu ao chão e sinto o sangue frio e pegajoso escorrer pela minha face cegando-me a vermelho. O corpo doí, as articulações rangem e é difícil levantar, talvez fosse melhor desistir. Sim desistir seria o melhor, o mais aconselhável. Mas me ergo uma vez mais para o próximo soco, e para outro e para outro, sempre. Talvez fosse melhor desistir. Talvez. Me ergo para o começo a partir deste final que me trouxe ao chão, para um novo início.  Aqui estou, é só isso que tens para oferecer. Outro soco, outro início. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

"O vento no rosto"

Acordar com o vento, o vento que trás as nuvens e a chuva que me lava o rosto, que as leva para longe deixando o calor do sol aquecer o corpo frio da noite. O vento que forma as ondas do mar, que destrói com fúria  e sopra aos meus ouvidos palavras inauditas. O vento que assobia e ri em gargalhadas ruidosas, que está em todo o lado e lugar nenhum, de todas as cores. Com olhar canibal, sempre a pedir mais, partes e regressas sem explicações. De argumentos e ilusões és tu feito. 
Como é bom assim acordar com o vento no rosto.