Hoje o meu sobrinho, e depois de muita brincadeira, resolveu fugir fechando atrás dele a porta para que ninguém o seguisse. Fui atrás, puxei-o por um braço, agarrei no martelo de plástico dos santos populares que tinha na mão e bati com ele no rabo por cima da fralda.
- Não voltes a fazer isso. Senão eu volto a bater-te com o martelo no cu.
Ele olha para mim e aponta com o dedo para o rabo.
-Cu, Titi, cu.
-Sim no cu, eu bato-te no cu.
Resolvo abandonar esta discussão e dou meia volta para me ir embora, quando vejo o meu sobrinho a correr atrás de mim. Agarra-me no braço com o martelo, vira-me o rabo e diz.
- Cu, Titi, cu.
Afinal o que ele queria era que eu lhe voltasse a bater. Não percebeu que estava a repreende-lo. Não viu a maldade no meu gesto. Para ele era tudo uma brincadeira. Vi maldade no seu gesto e repreendi-o com maldade e ele viu inocência no meu e retribuiu com a mesma.
- Cu, Titi, Cu.
Desta vez reparo que está a sorrir, como sempre esteve.